Têm ocorrido imensas manifestações nos últimos tempos contra as medidas que o governo tem posto em prática e contra a "Troika" e o que ela tem feito. A população junta-se aos milhares em todo o país, gritam palavras de ordem, mostram cartazes e fazem greves. Qual o resultado de tudo isso? Pouco ou nada acontece...
O que é facto é que a população portuguesa gosta muito de pôr defeitos em tudo e todos mas na hora de agir quando realmente dá resultado, não aparece para dizer o que realmente quer... Ora, não é preciso der engenheiro de foguetões para saber do que estou a falar: eleições.
As eleições são o único modo que o povo verdadeiramente tem para se manifestar com resultados no fim... Não é a gritar nem a exibir faixas que os políticos vão dizer: "- Sim senhor, aquele indivíduo que está ali a berrar tem, de facto, razão. Não o conheço nem sei sequer a formação que ele tem para estar a discutir economia e gestão financeira, mas tem toda a razão e eu confio plenamente no que ele diz, apesar de também não saber os números com que o governo está. Vamos fazer o que ele diz..."
Quem quer agir, deve, simplesmente, dirigir-se ás urnas nas próximas legislativas e votar em alguém que vá, realmente, fazer algo pelo país. É extremamente grave que as eleições em Portugal andem com 41.93% de abstenção. Ainda para mais, as pessoas não votam e depois ainda se vão manifestar para as ruas... Que legitimidade têm dezenas, ou mesmo, centenas de milhares de pessoas para estarem na rua a criticar o governo que elas nem sequer tentaram não colocar lá? E as pessoas que realmente votaram neles e estão, também elas, a manifestar-se? Na minha opinião, nenhum desses grupos de pessoas tem legitimidade para tal. Se retirássemos a todos os manifestantes aqueles que votaram PSD e os que nem sequer de deram ao trabalho de votar das manifestações, ficaríamos praticamente sem ninguém nas ruas...
Mas toda esta abstenção acaba por ser relativamente compreensível. Em todas as eleições existem campanhas eleitorais em que todos os partidos envolvidos fazem a sua propaganda. Durante as eleições legislativas, particularmente, existe uma enorme diferença de tratamento por parte da comunicação social, em que os 5 partidos que já têm acento parlamentar são exaustivamente acompanhados e noticiados horas e horas por dia, enquanto que os "pequenos" partidos raramente aparecem. Os debates 1 vs 1 são sempre feitos apenas com esses 5 partidos e os outros são postos todos ao molho num debate às tantas da noite em que os concorrentes apenas têm escassos minutos para poderem falar. E isto é simples de verificar, a partir do momento em que, nas últimas eleições legislativas, o 5º partido mais votado (BE) e o teve 5.17% dos votos e dos 12 partidos restantes, apenas 2 tiveram mais que 1% dos votos. É uma discrepância enorme de números! Isto é simples manipulação de resultados... Apenas alguns acabam por ter hipótese de ganhar as eleições!
A única solução que acabamos por ter é termos que ser nós com as nossas próprias mãos a procurar e explorar qual a melhor alternativa para nos governar. Sermos nós a informar-mo-nos sobre cada partido (ideais, objectivos, prioridades, modo de gestão...) e manifestar sobre o que queremos do nosso país no futuro. Se a informação não chega a nós, temos que ser nós a procurá-la... Como diz o ditado: Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé...
Manifestar-nos nas ruas quando o mal já está feito é inútil!
Quando votarem, têm direito a abrir a boca... Até lá as manifestações são inúteis. O governo olha para nós e ri-se...
sábado, 16 de março de 2013
domingo, 3 de março de 2013
Fraude do cavalo
Tem-se falado muito nas últimas semanas do aparecimento de carne
de cavalo onde deveria estar carne de vaca em produtos constituídos de carne
processada como lasanhas, hambúrgueres ou almôndegas. Qual é o
real problema disso para nós? A carne de cavalo é perfeitamente comestível e
até é mais difícil de encontrar, o que a torna algo cara e exótica! O problema
é grande, grave e perigoso...
Segundo a ASAE não existe "perigo para a saúde pública" mas
isto é apenas referente a este problema da carne de cavalo. Parece-me que tudo
isto não passa da ponta do icebergue, porque se pensarmos bem, isto tem
proporções enormes... Citando António Nunes, Inspector-Geral da ASAE, 13
de 134 amostras recolhidas deram resultados positivos à presença de carne de
cavalo em carne processada, o que, na minha opinião, é demasiado e, se toda esta quantidade consegue passar pelas nossas autoridades de higiene e segurança alimentar, o que é que andará por aí nos nossos pratos sem que nós saibamos? A partir de agora, quem nos garante que a famosa história das minhocas no McDonald's não são verdadeiras? Na minha opinião, o perigo de andarmos a comer coisas potencialmente nocivas à saúde é grande. Mas a minha opinião vale o que vale...
Outro dos problemas também muito falado que os tachos.... quer dizer, os senhores da União Europeia estão a discutir é o da rotulagem. Aparentemente a grande crise que isto está a causar não é o facto de as autoridades de segurança alimentar não terem detectado a existência de carne de cavalo onde ela não deveria existir, mas sim o facto dessa existência não se encontrar descrita no rótulo... Isto é a burocracia levada ao extremo... É mais importante o que de diz um papel que se encontra colado à embalagem do que o conteúdo dela propriamente dito...
Se formos a fundo na questão da origem deste produtos, é bem possível que encontremos criadores ilegais de cavalos para abate e consumo, matadouros ilegais, fábricas de processamento de carne clandestinas, entre outros que são um verdadeiro perigo para a saúde pública, pelos vistos, mundial. O que torna este perigo mundial é o facto destes produtos viajarem além fronteiras e milhares, ou mesmo milhões, de pessoas os consumirem... Se existiu esta facilidade de burla e sabendo que quando se encontra uma brecha, os oportunistas tentam logo aproveitá-la, acho que o risco acabou de existirem produtos alimentares perigosos acabou de aumentar, a não ser que comece a existir um maior controlo alimentar na origem, e não na rotulagem, ou quando o produto já anda na boca de milhares de pessoas pela Europa fora.
Quero apenas deixar uma nota positiva: visto que, apesar de ser carne de cavalo, estes produtos em concreto não constituem qualquer perigo para a saúde pública, o Ministro do Consumo francês decidiu que os alimentos retirados do mercado serão doados a instituições de solidariedade, que os distribuirá por quem mais necessita. Um acto nobre que deve ser realçado e congratulado.
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